Tribunal de Mianmar condena Aung San Suu Kyi a quatro anos de prisão

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A acusação foi de incitar a dissidência contra os militares e violar as regras da Covid durante as eleições em 2020, vencida por ela. Aung San Suu Kyi, líder de fato do governo de Mianmar e vencedora do prêmio Nobel da Paz em 1991
Kham/Pool Photo via AP
O tribunal de Mianmar condenou a líder civil Aung San Suu Kyi a quatro anos de prisão por incitar a dissidência contra os militares e violar as regras da Covid durante as eleições em 2020, disse o porta-voz da junta militar à AFP.
Suu Kyi, de 76 anos, está detida desde que uma junta militar derrubou seu governo em 1º de fevereiro, o que acabou com um breve período democrático no país. Mundialmente, ela é conhecida por ter recebido o prêmio Nobel da Paz em 1991.
O regime de Min Aung Hlaing a confinou em uma localização não revelada da capital. Os contatos de Suu Kyi se limitam aos poucos encontros com seus advogados antes das audiências no tribunal.
Ela enfrenta ainda outras acusações, como de corrupção, e pode ter novas condenações.
A imprensa foi impedida de acompanhar o julgamento no tribunal especial da capital Naipyidaw, construída pelos militares, e os advogados de Suu Kyi estão proibidos de falar com a imprensa.
Histórico recente
Durante o regime militar anterior, Suu Kyi passou longos períodos em prisão domiciliar em uma mansão de sua família de estilo colonial em Yangon, onde aparecia para milhares de seguidores reunidos do outro lado de uma cerca.
Nas últimas semanas, os julgamentos contra outros integrantes da LND foram concluídos com longas sentenças condenatórias.
Um ex-ministro foi sentenciado a 75 anos de prisão, enquanto uma pessoa próxima a Suu Kyi foi condenada a 20 anos.
Mais de 1.200 pessoas morreram e mais de 10.000 foram detidas na repressão dos dissidentes após o golpe em fevereiro, segundo uma ONG local.
Os militares, que dominaram a vida política em Mianmar por décadas, defendem o golpe alegando uma suposta fraude nas eleições gerais do ano passado, que a LND venceu com folga.
A pressão internacional sobre a junta militar para uma restauração rápida da democracia não provocou mudanças dos militares.
* Com informações da AFP.

Fonte: G1 Mundo