Novo tratamento para coronavírus melhora sobrevivência de pacientes

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Pesquisa ressalta que anticoagulantes podem funcionar como um tratamento para a doença, e não como prevenção

 

O tratamento com o uso de anticoagulantes pode melhorar o tempo de sobrevivência de pacientes graves infectados pelo novo coronavírus, de acordo com um novo estudo observacional feito por especialistas do Hospital Mount Sinai, de Nova York (EUA). A pesquisa indica, no entanto, que os remédios do tipo podem funcionar como um tratamento para a doença, e não como prevenção.

Os pesquisadores notaram que pacientes tratados com antiagulantes tiveram melhoras expressivas em seus casos.

“A pesquisa mostra que anticoagulantes orais, subcutâneos ou intravenosos tiveram um grande papel no cuidado aos pacientes com covid-19 e podem prevenir eventos mortais associados ao coronavírus, como ataques cardíacos, derramentes e embolia pulmonar”, explicou um dos autores do estudo, Valentin Guster. “O uso dos remédios deve ser considerado quando os pacientes chegam ao departamento da emergência e têm testes positivos para o vírus para melhorar os resultados. Contudo, cada caso deve ser avaliado individualmente”, disse.

O estudo foi conduzido com 2.773 pacientes internados por coronavírus. Destes, 28% (786) tiveram um tratamento com doses completas de anticoagulantes, uma dose maior do que é geralmente administrada em casos de coágulos sanguíneos. Foi observado, então, que o uso dos medicamentos melhorou as chances de sobrevivência dos doentes dentro e fora da UTI.

Das pessoas que não sobreviveram, os que estavam sob a medicação morreram após ficar em média 21 dias no hospital, enquanto pessoas que não tomaram o remédio morreram em 14 dias. O efeito dos anticoagulantes foi mais observado em pacientes usando respiradores e 62,7% dos entubados que não foram tratados com o remédio morreram, comparado com 29,1% dos que tiveram esse tratamento.

“Estamos esperançosos que essa pesquisa possa ser confirmada em investigações futuras”, disse o presidente do hospital, David Reich.

Como o estudo não traz resultados conclusivos, ainda são necessárias mais pesquisas sobre o tema para encontrar novos tratamentos para a covid-19. Atualmente, existem mais de 100 projetos de vacina e cerca de 200 medicamentos em fase de testes para tratar pacientes infectados pelo novo coronavírus.

No Brasil, testes com os medicamentos já foram feitos no Hospital Sírio Libanês. Em alguns casos, uma melhora foi vista.

Devido à ausência de comprovações clínicas e recomendações da Organização Mundial da Saúde sobre tratamentos e formas de prevenção eficazes, a quarentena é a única solução recomendada por especialistas para minimizar o número de casos de contágio de covid-19 no Brasil e no mundo.

 

Por: Tamires Vitorio/ EXAME